O menino que dava nomes
O menino, sentado ao lado da mãe no banco de costas, põe o dedo no vidro da janela do ônibus, apontando o carro estacionado:
- Tá vendo aquilo ali, mãe? Aquilo ali se chama lata velha.
A mãe se distrai, o menino então começa a assobiar, sem melodia, cortando fino e seco o ouvido dos passageiros.
A mãe vermelha:
- Que isso, filho?
E ele:
- É o canto dos pássaros.
Otávio Luiz Kajevski Junior
O menino, sentado ao lado da mãe no banco de costas, põe o dedo no vidro da janela do ônibus, apontando o carro estacionado:
- Tá vendo aquilo ali, mãe? Aquilo ali se chama lata velha.
A mãe se distrai, o menino então começa a assobiar, sem melodia, cortando fino e seco o ouvido dos passageiros.
A mãe vermelha:
- Que isso, filho?
E ele:
- É o canto dos pássaros.
Otávio Luiz Kajevski Junior
Otávio, leitor assíduo e sensível. Não precisei conhecê-lo pessoalmente para perceber que é um observador por natureza (e eu adoro isso). Curitibano, atualmente cursa Filosofia pela UFPR. Consegue traduzir em belos textos sua visão do mundo e de si mesmo. Já me encantou vááááárias vezes com seus "Bilhetes engordurados sobre a mesa". Eu, se fosse você, passava por lá. Obrigada por estar aqui, menino!
;o)
5 comentários:
Com poucas palavras, consegui visualizar perfeitamente este menino em minha frente. Ricos detalhes!!
Farei uma visita jajá!!
Hehehehe
Bem espírito infantil mesmo.
Rápido e rasteiro.
Abraços.
e assim a gente vai classificando o mundo, como essa criança ai...
vou dar uma passada nos bilhetes engordurados agora mesmo :-)
beijos para Miss Pin
puxa, desse jeito eu me sensibilizo ainda mais..rs, gostei mto, mto da descrição=)
egocentrismo e ufanismo à parte, ao lado da modéstia, q foi pro espaço! mas como diria o nosso vampiro Dalton Trevisan: o conto é sempre melhor q o contista..
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