junho 13, 2009

"Do not go gentle into that good night"

Dylan Thomas nasceu em 1914, no país de Gales. Um eterno apaixonado pelo idioma e pela palavra, abandonou os estudos ainda jovem, com 16 anos, e já aos 20 publicava seu primeiro livro de poemas Eighteen Poems (1934).
Aos 35 anos, visitou pela 1ª vez os Estados Unidos onde se tornou uma figura popular. Constantemente embriagado e personagem de porres que o tornaram lendário, Dylan Thomas imediatamente transformou-se em ídolo para a geração dos poetas da chamada beat generation.
Com um tom de voz grave, fazia as platéias delirar ao ler seus poemas nas universidades e em teatros. Foi inspiração até mesmo para o cantor Bob Dylan que mudou de nome em sua homenagem.
Aos 39 anos seu corpo não agüentou os abusos que o álcool causou. Segundo consta, Dylan Thomas tomou 18 doses de uísque que o levou à morte na cidade de Nova York, em 1953.
O poeta Ivan Junqueira teve o árduo trabalho de traduzir parte da obra de Dylan que, segundo ele “opera fora dos cânones da língua. Por isso corremos o risco de, durante a tradução, recuperar o significante e perder o significado ou vice-versa: se recupera o sentido e perdemos o som”.

Para escutar Dylan lendo o poema (abaixo) clique na foto:


Do not go gentle into that good night
(Dylan Thomas)
Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rave at close of day;
Rage, rage against the dying of the light.
Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night.
Good men, the last wave by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.
Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night.
Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.
And you, my father, there on the sad height,
Curse, bless, me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.


Não entres nessa noite acolhedora com doçura
(Por Ivan Junqueira )
Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Pois a velhice deveria arder e delirar ao fim do dia;
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.
Embora os sábios, ao morrer, saibam que a treva
[ lhes perdura,
Porque suas palavras não garfaram a centelha
[ esguia,
Eles não entram nessa noite acolhedora com doçura.
Os bons que, após o último aceno, choram pela
[ alvura
Com que seus frágeis atos bailariam numa verde
[ baía
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.
Os loucos que abraçaram e louvaram o sol na etérea
[ altura
E aprendem, tarde demais, como o afligiram em sua
[ travessia
Não entram nessa noite acolhedora com doçura.
Os graves, em seu fim, ao ver com um olhar que os
[ transfigura
Quanto a retina cega, qual fugaz meteoro, se
[ alegraria,
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.
E a ti,meu pai, te imploro agora, lá na cúpula
[ obscura,
Que me abençoes e maldigas com a tua lágrima
[ bravia.
Não entres nessa noite acolhedora com doçura,
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.

Nenhum comentário: