janeiro 05, 2011

Aventuras em versos


Luigi Amara nasceu no México, em 1971. Poeta e ensaísta, recebeu diversos prêmios literários como o Prêmio Hispano-Americano de Poesia para Crianças em 2006, com a obra "As aventuras de Max e seu olho submarino" - lançada no Brasil em 2010 pelas edições SM.




Em dezesseis poemas de formato variado (quadras, sonetos, haikai), o premiado escritor mexicano Luigi Amara compõe um relato único, feito de humor e aventura. De tanto ser esfregado, o olho de Max se desprende da órbita e embarca em incríveis aventuras: enfrenta uma aranha, passa a noite no aquário, arma confusão na escola, faz passeios noturnos na cabeça de um gato, desce pelo ralo e vai parar no fundo do oceano... Ao longo dos poemas, o leitor depara com baleias e medusas, polvos e tartarugas, ursos e morsas, um avô-morcego, uma menina-clorofila e até um gato que late.

As ilustrações - maravilhosas - ficaram por conta do inglês Jonathan Farr, e as páginas em preto e branco dão um ar "sinistro" e curioso ao texto de Amara.











[...]
"Também se assustou o olho
vendo a aranha de perto.
Quis gritar "Consigo ver!",
mas preferiu ficar quieto."
[...]

De "Retratos de família", tiro uma amostra da obra que pode render diversão entre os leitores que apreciam aventura e bom humor.

A insônia da Tia Pedra
Dorme pouco e apenas sonha
com a noite de sossego
em que se livre da insônia
e curta a cama sem medo.
Mas apenas fecha o olho
ouve um horr[ivel rumor,
de terremoto ou de tigre,
bocejo de urso, se for.
Acorda abafando um grito,
sonhando que adormeceu,
mas Tia Pedra não sabe
que os roncos são mesmo seus.
Todos na casa imaginam
que hiberna até o verão...
E a tia supõe que o mundo
é só desafinação.
Desperta, não ronca nunca,
e, quando ronca, desperta.
A Tia Pedra não dorme
e sonha de boca aberta.
"As aventuras de Max e seu olho submarino"
Poemas de Luigi Amara
Ilustrações de Jonathan Farr
Edições SM

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