Um dos principais estudiosos, o britânico Peter Hunt, fala sobre o gênero e discute seu futuro na internet
Antonio Gonçalves Filho - O Estado de S. Paulo
Nos congressos de profissionais ligados ao livro para crianças, as sessões menos concorridas são as que apresentam conferencistas falando sobre teoria e crítica, diz o estudioso inglês Peter Hunt, de 65 anos, uma autoridade em literatura infanto-juvenil, cujo livro Crítica, Teoria e Literatura Infantil acaba de ser lançado no País pela Cosac Naify. Hunt, professor emérito da Universidade Cardiff, pai de quatro filhas, todas grandes leitoras incentivadas por ele, conta que escreveu a obra numa época em que um "maremoto de teorias" cobria as estantes das bibliotecas universitárias britânicas, isto é, no começo de 1990, sete anos antes do fenômeno Harry Potter, que não entraria na lista dos favoritos do professor - ele gosta mais de Rudyard Kipling, Quentin Blake e Arthur Ransome. Hunt, aliás, escreveu seu livro justamente para acabar com a crítica intuitiva e vaga de gente que considera a literatura infantil simples e inferior à destinada ao público adulto.
O professor também sempre desconfiou de pedagogos que lhe recomendavam não deixar os livros para criança cair nas mãos dos departamentos de literatura das universidades, assumindo uma injustificável posição anti-intelectual. Há algo errado com acadêmicos que não consideram a teoria da literatura infantil digna de nota, observa. Esse anti-intelectualismo, diz ele, ultrapassa a fronteira acadêmica para dominar até mesmo as associações e federações de livros para crianças, que influenciam as compras governamentais de obras destinadas a escolares, funcionando às vezes como censores - é histórico o caso da ilustradora alemã Rotraut Susanne Berner, que há três anos, por sugestão de seu editor americano, recusou retirar de seu livro infantil a figura de um homem nu, tendo a publicação suspensa. Num país como o Brasil, em que o governo compra um em cada três livros vendidos pelas editoras, pode-se imaginar as proporções do desastre comercial dessa interferência.
Antonio Gonçalves Filho - O Estado de S. Paulo
Nos congressos de profissionais ligados ao livro para crianças, as sessões menos concorridas são as que apresentam conferencistas falando sobre teoria e crítica, diz o estudioso inglês Peter Hunt, de 65 anos, uma autoridade em literatura infanto-juvenil, cujo livro Crítica, Teoria e Literatura Infantil acaba de ser lançado no País pela Cosac Naify. Hunt, professor emérito da Universidade Cardiff, pai de quatro filhas, todas grandes leitoras incentivadas por ele, conta que escreveu a obra numa época em que um "maremoto de teorias" cobria as estantes das bibliotecas universitárias britânicas, isto é, no começo de 1990, sete anos antes do fenômeno Harry Potter, que não entraria na lista dos favoritos do professor - ele gosta mais de Rudyard Kipling, Quentin Blake e Arthur Ransome. Hunt, aliás, escreveu seu livro justamente para acabar com a crítica intuitiva e vaga de gente que considera a literatura infantil simples e inferior à destinada ao público adulto.
O professor também sempre desconfiou de pedagogos que lhe recomendavam não deixar os livros para criança cair nas mãos dos departamentos de literatura das universidades, assumindo uma injustificável posição anti-intelectual. Há algo errado com acadêmicos que não consideram a teoria da literatura infantil digna de nota, observa. Esse anti-intelectualismo, diz ele, ultrapassa a fronteira acadêmica para dominar até mesmo as associações e federações de livros para crianças, que influenciam as compras governamentais de obras destinadas a escolares, funcionando às vezes como censores - é histórico o caso da ilustradora alemã Rotraut Susanne Berner, que há três anos, por sugestão de seu editor americano, recusou retirar de seu livro infantil a figura de um homem nu, tendo a publicação suspensa. Num país como o Brasil, em que o governo compra um em cada três livros vendidos pelas editoras, pode-se imaginar as proporções do desastre comercial dessa interferência.
Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui.
Crítica, Teoria e Literatura Infantil
Peter Hunt / Cosac Naify
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