"Minha mãe sempre me espancava porque minha resistência era grande demais. A palma vermelha de sua mão batia na minha cara com tal veemência que eu achava que podia quebrar meu pescoço. Antes de uivar de dor desses ataques frequentes, eu tentava reprimir o grito, porque queria fortalecer minha capacidade de morar dentro de mim mesma. Hoje em dia, os golpes não são com a mão de mamãe aberta e vermelha de hena, mas do bater dos quadris dos homens nos meus. Mas minha mãe me treinou bem, porque agora eu vivo dentro de mim". (p.19)
O médico e pesquisador James A. Levine conheceu crianças e adolescentes na Índia durante uma viagem de pesquisa. O contato com a dura realidade dessas crianças e a imagem de uma menina que escrevia num caderno azul o inspirou para a história de Batuk - uma garota que se prostitui nas ruas de Bombaim e que, por meio da escrita, consegue encontrar refúgio e poesia para sobreviver ao mundo em sua volta.
Quando bati os olhos nesse livro soube de imediato que seria uma leitura inquietante. Mais do que isso: é de beleza ímpar! O tipo de história que me deixa dias pensando e sentindo. Muito.
;o)
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