O francês Roland Topor (1938-1997) foi escritor, ator e pintor tendo como característica principal a presença do surrealismo em suas obras.
Criador, junto com Alejandro Jodorowsky e Fernando Arrabal, do Movimento Pânico Surrealista, Topor ficou conhecido pela obra "O Inquilino" (1964), adaptada para o cinema por Roman Polanski.
Seu papel mais conhecido como ator é no filme Nosferatu Phantom der Nacht, de Werner Herzog, em 1976, e seu filme "Le planète Sauvage" (1973) é considerado até hoje como o único longa-metragem de animação feito com a técnica de recortes criada por ele.
O filme "O Inquilino" (The Tenant) conta a história de Trelkovsky um parisiense descendente de polacos - interpretado pelo próprio Polanski - que aluga um apartamento e a partir de então começa a ter problemas psicológicos. Trelkovsky passa a vivenciar situações estranhas perante uma vizinhança aparentemente cheia de mistérios. A antiga locadora do apartamento onde ele agora reside, Simone, se suicidou atirando-se da janela. Trelkovsky, de forma lenta e gradativa, se apossa da identidade da moça perdendo aos poucos a noção do que é real ou imaginário. Polanski constrói de forma bastante significativa o delírio de Trelkovsky - um conjunto de coincidências, significantes e significados cuja relação entre si traz inquietude ao espectador. O filme apresenta o que é marcante no diretor: personagens esquisitos, cenários obscuros, silêncios incômodos, detalhes significativos. As cenas finais, com a dupla tentativa de suicídio e o grito de Trelkovsky no leito do hospital deixa no ar uma estranha sensação de que estamos o tempo todo dentro e fora de nós mesmos. Vale ressaltar duas célebres frases: Polanski "O urro da personagem é a única resposta que a sociedade merece"/ Topor "O suicídio é a melhor forma de assegurar-me de que ainda não morri".
Boa diversão!
Um comentário:
Vou procurar saber mais sobre ... curti o post explicativo :-)
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