
Oliver Sacks é um neurologista britânico que ficou mundialmente conhecido pelos livros que publicou contando suas experiências clínicas. Alguns tornaram-se best-sellers como "Tempo de despertar", que foi parar nas telonas com Robin Williams no papel principal.
Sempre quis entender como funciona a linguagem dos sinais (no Brasil conhecida como LIBRAS) e há alguns anos resolvi matar minha curiosidade frequentando algumas aulas do conhecido Paulo Favalli. Foi ele quem me apresentou esta obra e a dica não poderia ter sido melhor.
Sacks escreve de forma clara e instigante, traça um histórico rico e detalhado da linguagem na história da humanidade, bem como as diversas situações vividas pelos surdos com quem conviveu ou estudou.
Se você nunca teve curiosidade em saber como um natissurdo sente o que não consegue ouvir vai se surpreender e se emocionar. A linguagem falada resulta de mecanismos muito complexos e a falta dele, ou o não funcionamento correto dessa estrutura, muda de forma drástica o pensamento do ser humano.
"Quando lemos ou imaginamos alguém falando, "ouvimos" uma voz no ouvido interno. E os que nascem surdos? Como eles imaginam a voz? Clayton Vally, um poeta surdo que se expressa na língua de sinais, quando está criando um poema sente seu corpo tremer, fazer pequenos sinais - ele está, por assim dizer, falando consigo mesmo, em sua própria voz". (p.20)
Sacks também chama a atenção por outro detalhe: consegue fazer as anotações de rodapé (abaixo, em vermelho) serem muito maiores que o próprio texto (em azul) do livro. Algumas muito mais curiosas e interessantes também!
Outras obras do autor:
Tempo de despertar (Awakenings, 1973)
Com uma perna só (A leg to stand on, 1984)
O homem que confundiu sua mulher com um chapéu (The man who mistook his wife for a hat, 1985)
Vendo vozes: Uma viagem ao mundo dos surdos (Seeing voices: A journey into the land of the deaf, 1989)
Um antropólogo em Marte (An Anthropologist on Mars, 1995)
A ilha dos daltônicos (The Island of the Colorblind, 1997)
Tio Tungstênio: Memórias de uma infância química (Uncle Tungsten: Memories of a chemical boyhood, 2001)
Oaxaca Journal (2002)
Alucinações Musicais (Musicophilia, 2007).
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