fevereiro 13, 2008

Tem poesia no varal

A Literatura de Cordel chegou ao Brasil ainda como poesia oral, com os colonizadores europeus. O nome "cordel" surgiu pela forma como os livrinhos impressos eram apresentados ao público em feiras e mercados populares: pendurados em barbantes ou cordões.


Primeiro se instalou no nordeste brasileiro onde ainda hoje se destaca e somente décadas depois se espalhou pelo Brasil.


Além do formato (geralmente uma folha dobrada em duas vezes - 11X15cm- mínimo de 8 páginas, também denominado romance quando com mais de 20) , o que caracteriza o cordel é sua linguagem: escrita em sextilhas (estrofes com 6 versos), setilhas (7 versos), oitavas (8 versos) ou décimas (10 versos), os temas mais presentados nesse tipo de literatura são o cangaço, a religiosidade, a política e as grandes histórias de amor.


Antes da popularização dos meios de comunicação de massa, esse tipo de literatura prestou grande serviço à sociedade. Foi por meio dos livrinhos de cordel que muita gente se alfabetizou e também era através deles que o povo ficava por dentro das notícias, das fofocas, das histórias de ficção, etc.

Manoel d'Almeida Filho, considerado um dos maiores cordelistas, não gostava do verbete "cordel". Para ele o correto seria chamá-lo de Literatura Popular. Já para Mário Souto Maior, essa arte deveria ser conhecida como Literatura Popular em Versos ou Poesia Nordestina.

Carlos Drummond de Andrade, em artigo publicado no Jornal do Brasil em 1976, considerava que o termo "príncipe dos poetas brasileiros" dado à Olavo Bilac em 1913, devia ser do poeta cordelista Leandro Gomes de Barros que, para ele, era o "rei da poesia do sertão".

Muitos pregam a morte da literatura de cordel, talvez por não conhecê-la. Hoje é divulgada em escolas e universidades, também sendo foco de pesquisa no Brasil e no exterior. Há cordéis traduzidos para o inglês, francês e japonês, entre outros idiomas.

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