dezembro 03, 2007

Achados 1

Uma das leis de Murphy diz que “Você sempre encontra o que não está procurando”. Já não lembro mais o que estava procurando, mas o fato é que (re)encontrei aqui em casa alguns livros e álbuns de figurinhas das décadas de 40 e 50. Estão praticamente se desmanchando, folhas soltas, rasgadas. Se algum restaurador ver isso vai surtar de raiva pelo estado de péssima conservação deles. Ou surtará de alegria em poder “ressuscitá-los”.
;o)



Diz o texto inicial dos editores: “São hoje complexos os objetivos e as funções da leitura escolar. Não se deseja que o aluno aprenda apenas a decifrar os caracteres da escrita. O que se quer é que êle tenha, desde os livros iniciais, material para exercícios ativos, com o qual possa habituar-se à utilização dos textos como fonte instrutiva, de recreação e de inspiração. À vista disso, a leitura não pode ser exercício apartado de todo o demais trabalho educativo da escola, simples aprendizado de fórmulas vazias de linguagem, em que a preocupação de vocabulário seja dominante. Deverá servir à direção do pensamento e à formação do caráter, ao desenvolvimento das tendências naturais, das capacidades e das aptidões da criança, de forma educativa e harmônica”.
Isso, em 1943.
E hoje?


Nota de rodapé: “A leitura de poesias deve ser precedida de uma explicação clara e breve pelo professor”. Sacaram?


Eu “brincava de escolinha” com esses livros (deve ser por isso que estão “tão conservados”). Como em todo material tradicional, segue a linha politicamente correta: a família perfeita, os vizinhos amáveis, a natureza bela, os bichinhos de estimação e as brincadeiras de criança. Cada coisa em seu lugar. Aqui todo mundo é feliz. O que me chamou atenção (e não sei se isso era novidade didática para a época) é que alguns textos são acompanhados de um “complemento” como adivinhação, dobradura, labirinto, versinhos, técnica de desenho. Moderno, não?
Fotos:ligiapin

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