Sonhos

"Enquanto você sonha,
você está fazendo o rascunho do seu futuro".
Chaplin

Revelando Clarice

Para Daniel,
fiel leitor de Clarice.

(arte:Loredano)

"Eu escrevo para nada e para ninguém.
Se alguém me ler será por conta própria e auto risco".

Clarice Lispector

A Imprensa Oficial lançou a Fotobiografia de Clarice Lispector. Com aproximadamente 800 imagens e organizado por Nádia Battella Gotlib, professora da USP reconhecida como uma das maiores especialistas na obra de Clarice Lispector. Além das fotografias, o material reunido traz anotações, trechos manuscritos de obras, documentos pessoais, cartas que Clarice escreveu e recebeu, capas de seus livros, de livros que leu e traduziu, depoimentos de parentes e amigos, reproduções fac similares de entrevistas que fez e concedeu, pinturas de sua autoria, retratos dela feitos por pintores como Giorgio de Chirico, Carlos Scliar e Dimitri Ismailovitch - e até o fac símile de seu primeiro conto publicado, O triunfo, que saiu na revista Pan, em 1940. Visite o site da Imprensa Oficial clicando aqui.

(resenha: http://www.memoriaviva.com.br)

"Coleção e"

O livro "Ficções urbanas" da "Coleção e" (Sesc São Paulo/ Lazuli Editora, 2003) traz 12 contos de autores consagrados (embora nem todos conhecidos do grande público) com diferentes temas e estilos. Comprei na Bienal pela bagatela de 3 reais e, se soubesse que ia gostar tanto, teria trazido vários e dado de presente aos amigos. A edição é simples, mas de bom gosto: ilustrações em preto&branco (Marcos Garuti) e uma rápida biografia do autor antes de cada conto. O que acho ótimo, afinal poucas pessoas têm o hábito de pesquisar sobre os autores lidos. Os textos são originais, com um humor inteligente e muitas vezes sádico. "O pára-lama", de Carlos Heitor Cony e "O diário do gerente Geraldo", de José Roberto Torero me fizeram rir sozinha. A "Coleção e" ainda conta com mais 20 títulos que reúnem temas como fotografia, teatro, ensaios, entrevistas, entre outros.

Trevas em atraso

Com todo o atraso possível, finalmente assisti Batman - O cavaleiro das trevas. Gostei, apesar de não ser meu gênero de filme. Mas fiquei particularmente satisfeita em ver Gary Oldman num papel "normalzinho", longe do estilo drogado e estranho que sempre conheci. O policial que ele interpretou em "O profissional", que tinha tiques absurdamente marcantes cada vez que engolia as pílulas alucinantes ficou gravado em minha memória de tal forma que eu sempre achei que ator e personagem eram um só. Em Batman, Oldman parece um funcionário de repartição pública, mas convence.

Christian Bayle é um bom ator. Se você ainda não viu "O psicopata americano", se prepare: ele dá um show de horror! Só não entendi porque em Batman o tom de voz é tão "obscuro". Me pareceu forçado, não sei.

Já se tornou banal falar da atuação de Heath Ledger, mas preciso ser sincera: a gente fica torcendo pro Coringa aparecer em mais cenas só pra nos dar o prazer de ver aquele andar desengonçado, as viradas de olho, o tique com a língua e rir com seu humor macabro e hilário! Muito bom!!!

O filme é pura fantasia, adrenalina e exageros. Mas se você leva a vida muito a sério e não curte delirar com o que o cinema pode proporcionar, te lanço a pergunta que o Coringa não deixa calar: