Versão 1971 para o cinema.
"Criança que não tira chiclete da boca
Fica com cara de cabeça oca,
Mais irritante, feia e nojenta.
A propósito disso me vem à memória
Esta trágica, horrível e triste história:
Era uma vez a doce Teresa
Que apesar de dona de rara beleza,
Mulher de respeito e fina senhora
Comprava chiclete a toda hora.
Mascava chiclete o dia inteiro,
Na cozinha, no quarto, no banheiro,
Na rua, no trabalho, dentro da igreja,
E até no barzinho tomando cerveja.
O chiclete da moça virou piada,
As pessoas comentavam e davam risada.
Um belo dia acabou a comédia
E o que era engraçado virou tragédia.
O hábito da moça virou mania;
Ela quis parar e não conseguia.
Teresa ia mascando tudo
o que achava:
Bala, macarrão, queijo,
berinjela,
Se acabava a comida
mascava a panela.
Mastigava almofada,
toalha, tapete,
Pasta de dente, escova e
sabonete,
Bolsa, sacola e sola de sapato,
Ia pro jardim e comia
até mato.
Sua boca mascava que nem
maquininha
Teresa acabou perdendo o
que tinha.
O queixo cresceu, a boca
inchou,
Foi indo, foi indo,
Teresa pirou.
Nem pra dormir ela tinha
sossego
É claro que acabou
perdendo o emprego.
Por isso essa tal
Violeta Chataclete
Que já é meio chata e
metida a vedete
Precisa com urgência de
uma lição
Porque daqui a pouco não
tem salvação.
Uma coisa é saber que a
menina Violeta
Sempre vai ser um pouco
zureta.
Mas ninguém lhe deseja a imensa tristeza
De acabar maluca como a Tereza.”
(Roald Dahl. A fantástica fábrica de chocolate. Martins Fontes)
De acabar maluca como a Tereza.”